Há pelo
menos um mês, o soldado da UPP Jacarezinho, que mora em Itaperuna, no Norte
Fluminense, pede abrigo na residência de parentes, no Rio, ao deixar o serviço.
Outro PM, lotado no Complexo do Alemão e que mora no mesmo município, apela
para pedidos de carona na estrada, em Além Paraíba.
Por causa
da escala apertada desde que as UPPs passaram a ser atacadas pelo tráfico, os
militares têm improvisado maneiras de driblar a distância e o tempo de
deslocamento de casa para o trabalho. Em alguns casos, o tempo de descanso é de
12 horas e o trajeto leva até sete .
—Tenho
que ficar em casa de parentes. Não tenho condições financeiras para ir e vir, e
também não daria tempo. Ficaria mais tempo na estrada do que em casa. Quase não
vejo minha família — reclama o soldado do Jacarezinho.
As
escalas dos PMs são variadas e mudam a cada mês pelos próprios comandantes de
cada unidade. Com os confrontos, as folgas têm sido cassadas ou reduzidas para
que haja turnos extras para reforço, contam os PMs. Sem alternativa, policiais
do interior chegam a dormir nas bases das UPPs para não terem que voltar para
casa. Os militares reclamam que nos alojamentos não há camas suficientes, por
isso chegam a dormir em pedaços de papelão.
— Ganho
R$ 2.800 e gasto R$ 1.050 com 16 passagens de ônibus. Vou à Rodoviária Novo Rio
e tento carona — reclama o PM.
também
lotado no Complexo do Alemão, outro soldado leva cinco horas para chegar a
Campos, no Norte Fluminense, onde mora. Ele relata que, na terceira folga da
escala, é colocado no serviço extra. Como os outros PMs, sem remuneração:
— Em uma
semana, chego a ficar só um dia e meio em casa. Acabo não voltando.Em nota, a
Coordenadoria de Polícia Pacificadora explicou que, em razão dos últimos
episódios de enfrentamento de bandidos a policiais das UPPs , foi necessária a
mobilização de todo o efetivo.
Em nota,
a Coordenadoria de Polícia Pacificadora explicou que, em razão dos últimos
episódios de enfrentamento de bandidos a policiais das UPPs , foi necessária a
mobilização de todo o efetivo.
Ainda
segundo a assessoria, sempre que possível, os comandantes das UPPs tentam
alocar as escalas dos PMs que moram no interior de forma que eles possam ir
para as suas casas, “embora todos saibam que o concurso que eles prestaram
previa a atuação em qualquer região do estado".
SOSPMERJ
Nenhum comentário:
Postar um comentário