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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

PMs ocupam entrada do Congresso contra prisão de 12 policiais


Categoria também protesta contra acordo de reajuste salarial do governo.
Grupo marchou pelo Eixo Monumental no início da tarde desta quarta.


Um grupo de policiais militares ocupou a entrada da Câmara dos Deputados, em Brasília, no início da tarde desta quarta-feira (26), em ato contra a prisão de 12 PMs envolvidos na operação tartaruga e contra a proposta de reajuste de benefícios do governo.
Os policiais marcharam pelo Eixo Monumental desde o Palácio do Buriti. O ato acontece no mesmo dia em que uma comissão de PMs e bombeiros se reuniram com o governador em exercício do DF, Tadeu Filippelli, para discutir a reestruturação da carreira.
Segundo os PMs que participam do protesto, a comissão não representa a categoria. Na reunião ficou decidido que o GDF tem até o dia 2 de julho para enviar uma proposta de reestruturação.

De acordo com o movimento, cerca de 500 pessoas participam do ato. Durante o ato, os manifestantes chegaram a gritar palavras de ordem como "abaixo a ditadura", "eu existo" e "liberdade".

Reajuste
No último dia 18, uma assembleia marcada por oficiais, realizada no Clube de Oficiais da PM, decidiu aceitar a proposta de reajuste feita pelo governo do DF à categoria. Na manhã da mesma data, outra reunião em frente ao Palácio do Buriti havia rejeitado o plano de reajuste e reestruturação da categoria.
O GDF ofereceu aos policiais militares reajuste de 22% nos salários escalonado em três anos, para aproximar os salários da PM com os da Polícia Civil. No caso dos benefícios, os reajustes variam entre R$ 560, para praças, e R$ 1,2 mil, para oficiais. Pela proposta, o pagamento será feito com recursos do governo local, por meio de decreto.
Operação tartaruga
Policiais militares entraram em operação tartaruga em outubro do ano passado para reivindicar reajuste salarial, reestruturação da carreira e pagamento de benefícios a PMs em atividade e policiais reformados. O governador Agnelo Queiroz afirmou que o movimento tinha caráter político.

Por participação no movimento, doze policiais militares foram presos entre a última quinta e sexta (20 e 21). Os policiais presos são suspeitos de vários crimes militares, incluindo incitação à desobediência, incitação à violência e publicações indevidas. O primeiro deles, preso na noite de quinta, é um soldado suspeito de desacatar ordens de superiores.
Segundo o corregedor-geral da PM, Civaldo Florêncio, os policiais divulgaram postagens em redes sociais e espalharam e-mails sobre a operação tartaruga. "Não se tratam de bandidos ou marginais. Essas medidas visam reestabelecer a ordem e a hierarquia dentro da PM", disse.
A previsão é que os policiais fiquem presos por 30 dias, período que pode ser estendido até o fim do inquérito. Foram abertos processos administrativos contra os policiais presos nesta sexta. Os processos podem originar de advertência até a expulsão da corporação, explicou o corregedor. Além disso, os policiais podem pegar até dois anos de prisão caso sejam condenados.
A categoria ficou dividida depois que o GDF encerrou as negociações sobre reajustes salariais publicando, na quarta, dois decretos. Os líderes das associações decidiram em reunião não se posicionar contra a medida, mas anunciaram que vão enviar carta de repúdio a Agnelo Queiroz.
Em um e-mail divulgado na noite de quarta, havia orientações para que a categoria boicote as atividades. Entre elas, está até mesmo dar informações incorretas a turistas estrangeiros durante a Copa do Mundo, orientando-os a ir a lugares a mais de 40 quilômetros do centro de Brasília, onde ocorrerão os jogos.
"[Sobre] informações aos turistas estrangeiros: oriento-os de maneira incorreta (mande-os para o Sol Nascente, Águas Lindas, Planaltina, Vale do Amanhecer etc.), e só os ajudem, claro, de forma incorreta, se ele (estrangeiro) souber falar português (mesmo que o policial saiba falar outra língua)", diz o e-mail que circula entre os PMs. O texto não é assinado.
Diminuição de atividade policial
Com a operação tartaruga, o DF registrou queda na atividade policial em dezembro. O secretário de Segurança, Sandro Avelar, afirmou que houve redução de 40% no número de armas apreendidas no período, em relação às médias anteriores. Foram recolhidos 80 equipamentos, contra os cerca de 130 objetos geralmente apreendidos antes. Além disso, a um dia do fim do mês de janeiro, o número de homicídios no DF subiu mais de 40% em relação ao mesmo mês do ano passado.
G1 DF
 



 

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