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sexta-feira, 7 de março de 2014

'Pede pra minha esposa cuidar da nossa filha', disse PM antes de morrer

Soldado levou dois tiros no peito durante confronto com traficantes no Complexo do Alemão
Rio - O soldado Rodrigo Paes Leme, 33 anos, lotado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Nova Brasília, foi morto ontem à noite após ser atacado por traficantes do Complexo do Alemão. Mesmo de colete, ele levou dois tiros no peito. Ferido, o soldado Paes Leme fez seu último pedido a um colega que o levava para Unidade de Pronto Atendimento na Estrada do Itararé: “Manda um beijo para a minha esposa e pede para ela tomar conta da nossa filhinha (6 anos)”, disse a vítima, segundo o relato do colega. Em seguida, ele deu o último suspiro. A viúva é policial militar recém-formada.

Debaixo de intenso tiroteio, colegas de farda tiveram dificuldades para socorrê-lo, e foi preciso pedir reforço a equipes do 16º BPM (Olaria) para conseguir tirá-lo da favela. Desde terça-feira, criminosos atacaram policiais de cinco UPPs. 

O confronto ocorreu na Rua 2, na descida para localidade conhecida como Chuveirinho, próximo ao Largo da Alvorada — a poucos metros da sede da UPP Nova Brasília e da 45ª DP (Complexo do Alemão). Há três anos na corporação, o soldado Paes Leme deixa mulher, duas filhas e um filho de apenas dois meses de vida.

No último dia 9 de fevereiro, uma semana após a morte da soldado Alda Rafael Castilho, 27, também baleada na Nova Brasília, a mulher do PM Rodrigo Paes, Luana Pilar, postou em seu Facebook:

“Para o Estado, somos apenas um número; para a sociedade, um objeto que não precisa de direitos; para nossas famílias, somos imortais. Nenhum deles tem razão, infelizmente.” Horas antes, policiais da UPP Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, ficaram encurralados na localidade conhecida como Vietnã. Em Manguinhos, na noite de quarta-feira, a sede da UPP foi atacada a tiros, pedras e morteiros. Na terça, ataques aconteceram na Rocinha (com dos PMs feridos) e Arará.
Jornal O Dia/Reportagem de Roberta Trindade





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