BRASÍLIA (Agência Brasil)
- Policiais civis do Rio Grande do Norte deram início hoje (6) a uma
greve por tempo indeterminado. A paralisação por melhores condições de
trabalho foi aprovada durante assembleia da categoria realizada ontem
(5) à noite, na sede do Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da SegurançaPública (Sinpol-RN), em Natal.
Segundo o
sindicato, cerca de 1,3 mil agentes e escrivães civis aderiram ao
movimento. A Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa
Social ainda não recebeu o balanço com o impacto do movimento. Ainda de
acordo com o sindicato, apenas 30% do efetivo continua trabalhando
normalmente para manter os serviços essenciais, conforme determina a Lei
de Greve.
Entre os setores
que, segundo o sindicato, não terão as atividades comprometidos estão o
Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) e os
departamentos administrativos. A paralisação, contudo, afeta quem
precisa recorrer às delegacias distritais e especializadas, onde o
atendimento foi suspenso. Já nas delegacias de plantão, apenas os
flagrantes estão sendo encaminhados. Ocorrências não são registradas e
demais procedimentos também estão suspensos.
A pauta de
reivindicações apresentada pelo sindicato inclui contratação de pessoas
já aprovadas em concurso e realização de novo processo de seleção de
agentes, escrivães e delegados; concessão de vale-refeição para
toda a categoria e transferência dos presos que estão sob custódia em
delegacias do interior. Os policiais civis também pedem redução na
jornada de trabalho; pagamento de adicional noturno a todos os policiais
que atuem em regime de plantão; implementação da carreira única na
Polícia Civil, entre outras coisas.
O secretário
estadual da Segurança Pública e da Defesa Social, Aldair da Rocha, disse
à Agência Brasil que as reivindicações da categoria são legítimas.
“Estamos discutindo a pauta e reconhecemos que grande parte das
reivindicações são justas. Infelizmente, o governo estadual está
enfrentando uma crise financeira muito forte e isso tem nos impedido de
fazer tudo aquilo que gostaríamos”, comentou o secretário.
Ele adiantou
que, durante a greve, o governo estadual poderá montar uma delegacia
provisória em algum prédio público a fim de auxiliar no atendimento à
população, caso seja necessário. A medida já foi colocada em prática
durante a última greve dos policiais civis.
Rocha também
reconheceu que muitas das críticas dos policiais civis procedem, como a
necessidade de aumentar o efetivo e de contratar uma empresa
especializada em limpeza.
“Lógico que não é justo o policial ter que cuidar da
limpeza do prédio em que trabalha”, comentou o secretário, alegando
que a defasagem do efetivo, contudo, é um problema antigo que o governo
tem tido dificuldades de superar.
Segundo o
diretor financeiro do Sinpol-RN, Francisco José de Sousa Alves, a adesão
dos servidores à greve foi maciça. “O governo está brincando com a
segurança pública. Nossa Polícia Civil tem hoje o menor efetivo do país.
Por falta de pessoal, as delegacias estão sendo fechadas à noite, nos
finais de semana e feriados”, disse Alves. “Estamos em estado de
calamidade. Os prédios estão caindo devido à falta de manutenção”,
concluiu.
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