Páginas

sábado, 15 de junho de 2013

Tudo começou no Facebook

 
Priscila, 23 anos, era a voz feminina que falava para a multidão no Centro do Rio 
  Foto:  Carlo Wrede / Agência O Dia
Rio - O movimento contra o aumento de passagem no Rio chamou a atenção não apenas pelo fato de a população ter voltado às ruas depois de anos de silêncio, mas também pelo perfil dos líderes, que se definem como apartidários, e a forma de organização, iniciada na Internet.
A manifestação foi organizada pelo Fórum de Lutas Contra o Aumento das Passagens, criado no Facebook por estudantes do Ensino Médio e universitários, aproveitando a mobilização ocorrida na campanha de Marcelo Freixo (Psol) para a prefeitura do Rio, no ano passado.
Os partidos políticos de oposição aos governos Eduardo Paes e Sérgio Cabral, no entanto, não ditam os rumos do grupo, que tem entre os coordenadores (eles não gostam do termo líderes) jovens como Fabrício Silva, Gabriela de Mattos Machado e Raphael Godoi.
“Não me sinto representado por nenhum partido e não acredito que o comunismo seja viável. Me defino como de centro-esquerda. Mas sem partido”, ratifica Raphael, de 16 anos, morador da Tijuca e aluno do Colégio Batista.
Foi ele quem convocou pelas redes sociais o primeiro ato contra o aumento das passagens, que reuniu 300 pessoas no dia 24 de novembro, em frente à prefeitura.
“A gestão pública é muito ruim na questão dos transportes. Derrubam os juros para a classe média comprar carros, mas as ruas estão saturadas. E quem precisa de transporte público paga caro por um serviço ruim”, argumenta o jovem.
“Temos um interesse comum, que é rever esta política. A passagem aumenta, mas o salário do motorista, não. E ele ainda tem de fazer a função de cobrador”, diz Priscila, que discursava enquanto os parlamentares do seu partido, Janira Rocha, Eliomar Coelho e Renato Cinco estavam junto ao povo.
Dentre os coordenadores do protesto, o único com perfil clássico de manifestante é Julio Anselmo, que foi candidato a vereador pelo PSTU e integra a Anel (Assembleia Nacional de Estudantes Livre), alternativa criada à UNE, hoje governista.
“Por que o aumento da passagem é sempre acima da inflação e o salário, não? É justo?”, questiona Julio, que estuda Filosofia na UFRJ.



 

Nenhum comentário:

Postar um comentário